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Viana do Castelo quer inclusão do “Passo Travado” do cavalo Garrano no pedido de inscrição da “Equitação Portuguesa” no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial

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Viana do Castelo quer a inclusão do “Passo Travado” do cavalo Garrano no pedido de inscrição da “Equitação Portuguesa” no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial em sede de consulta pública, para que a mesma “possa promover a justa representação da diversidade do património equestre português”.
Floresta | 25 setembro 2020

O Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo lamenta a exclusão e ausência da devida menção ao Garrano no pedido de inscrição da “Equitação Portuguesa”, defendendo a “imperiosa reformulação da referida candidatura”.

José Maria Costa diz que esta reformulação é necessária “para que possa promover a justa representação da diversidade do património equestre português” no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, “com especial ênfase para a inclusão do cavalo Garrano, ao qual se associa a equitação tradicional do Minho e o designado ‘Passo Travado’, com significado histórico em diversos pontos dos distritos de Braga e Viana do Castelo”.

Assinala ainda a ausência de referência e integração da aposta estratégica dos Municípios de Viana do Castelo, Caminha e Ponte de Lima no turismo equestre, alicerçado no Garrano e na Equitação Tradicional do Minho. Recorde-se que os três municípios receberam recentemente a notícia da aprovação da candidatura Vilas e Aldeias Equestres entre Arga e Lima, submetida ao programa Valorizar, Linha de Apoio à Valorização Turística do Interior (Aviso 2) do Turismo de Portugal.

Por isso, para o edil, a candidatura «Equitação Portuguesa», “reflete somente o objetivo de valorização de uma única raça e de uma região”. “Não foram convidadas a contribuir para o seu processo instrutório Municípios detentores de valioso património equestre, do ponto de vista da conservação de raças equinas autóctones e práticas equestres tradicionais. Citamos, mormente, o Município de Alter do Chão, com a sua mais velha Coudelaria fundada em 1748 pelo o Rei D. João V e os célebres cavalos de Alter e o centro de treino; o Município de Vila Franca de Xira, templo dos campinos e da equitação de trabalho tradicional; o Município de Ponte de Lima, onde tem lugar segundo maior festival do cavalo em Portugal; o Município de Alpiarça e a sua reserva do cavalo de Sorraia, assim como o Museu dos Coches, maior museu dedicado à Arte Equestre portuguesa”, esclarece.

“Sustentamos a necessidade de uma proposta mais ampla, mais inclusiva, de maior interesse nacional, mais justa, mais rigorosa e adequadamente fundamentada, do ponto de vista cultural e científico”, defende o edil.

“O Garrano será a mais antiga raça equina portuguesa, conforme evidenciado pelos mais atuais trabalhos de investigação no campo genético, arqueológico e histórico”, esclarece. “Numerosas fontes arqueológicas e históricas testemunham a importância do cavalo no modo de vida dos povos que ocuparam a Península Ibérica, e concretamente a atual região Norte de Portugal, desde o Paleolítico Superior. Tal é o caso de muitas gravuras do Vale do Côa e de algumas do Douro Internacional, como é o caso de Mazouco (Freixo de Espada-à-Cinta), onde foi identificada, em 1981, uma gravura rupestre representando um cavalo com cerca de 62 cm de comprimento, pouco corpulento e de extremidades curtas, características compatíveis com a raça garrana”, é realçado.

O Passo Travado constitui uma prática equestre portuguesa de origem ancestral. “O risco de perda deste património imaterial que integra a identidade cultural das comunidades rurais do Noroeste Português faz da preservação do ‘Passo Travado’ um urgente desafio que se coloca no plano da investigação científica e da estratégia de desenvolvimento destes territórios”, vaticina o autarca.



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